terça-feira, 23 de abril de 2013

Protecionismo atrapalha crescimento da indústria

O Brasil vive um dos seus melhores momentos, economicamente falando. Milhões de pessoas deixaram a linha da pobreza, outros milhões entraram na classe C; nunca houve tantos novos ricos e as marcas estrangeiras voltam seus olhos para o país como nunca fizeram antes. Mas, mesmo em meio a todo esse novo cenário positivo, ainda vemos velhos problemas assolando o mercado e o consumidor brasileiro: os altos preços.

Se o mercado está aquecido e as pessoas adquiriram poder de compra (e estão comprando), por que os preços continuam tão altos? A resposta é o excesso de protecionismo que cerca a indústria brasileira. Os produtos brasileiros são duas ou até três vezes mais caros em comparação aos produtos nacionais dos Estados Unidos, Europa e até no México (que vive em uma situação econômica e industrial muito semelhante à nossa). Isso porque a indústria e os comerciantes brasileiros não competem com outros países, e os tributos alfandegários são muito altos e impedem que os produtos importados tenham preços competitivos. Muitas vezes, quando uma marca instala fábricas no Brasil para reduzir gastos com importação, os preços acabam não baixando mesmo assim.

Como não existe competição justa, as indústrias e comerciantes veem um campo fértil a ser aproveitado, e o governo continua cedendo à pressão deles. As montadoras reclamaram e o IPI caiu novamente, além do governo ter subido substancialmente o imposto de carros chineses e coreanos. Essa é uma estratégia que aleija a indústria nacional e estanca a busca por inovação. Além disso, as indústrias brasileiras, ao contrário do que acontece em todo o restante do mundo, estão acostumadas com altas margens de lucro e baixa produção. “Não é imposto”, afirma o tributarista Fernando Zilvetti, da FGV-EAESP. “Ninguém aqui abre margem. Lucro deve ser obtido com base na produtividade, em uma margem com escala”.

Como já foi falado aqui no blog da EAESP (que você pode ver pelo link http://fgv-eaesp.blogspot.com.br/2013/03/demanda-sob- oferta.html), não adianta tentar incentivar demanda se a oferta não está adequada com a realidade do país.


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