sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Falta de dados dificulta a compreensão do setor imobiliário


Compreender o cenário atual do setor imobiliário tem se tornado cada vez mais difícil, pela falta de séries históricas longas sobre o preço dos imóveis, bem como sobre o perfil dos compradores e se esses são investidores ou famílias interessadas em morar.

O professor da FGV-EAESP, William Eid, acredita que há um comportamento explosivo nos valores de casas e apartamentos de grandes cidades do país. Segundo ele, como a renda não aumenta de uma hora para a outra, será necessário ajustar o preço.

De acordo com dados do Banco Central sobre créditos imobiliários, a renda pode limitar a alta dos imóveis. 36 mil famílias de São Paulo tomaram crédito imobiliário no valor médio de R$ 416 mil, para imóveis avaliados acima de R$ 500 mil, isso entre o início de 2007 e agosto deste ano, e o IBGE liberou dados que relatam que menos de 100 mil pessoas, na região metropolitana de São Paulo, terão renda para arcar com a parcela de um financiamento desse valor, de R$ 4 mil, ou com aluguel de valor igual.

Eid acredita que os preços caírem não é necessário para uma correção do descompasso do ocorrido. “Os preços podem até ficar estáveis em termos nominais. Mas em termos reais, não tem como", afirma o professor, focando que a inflação, nos níveis atuais de 5% a 6% ao ano, chega perto de 20% em três anos.

Ainda segundo o professor, muitos compram imóveis no lançamento, com o intuito de vender com um aumento de 30% na entrega das chaves, mas isso acontecer não quer necessariamente dizer se repetirá continuamente.

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